Conceitos
Iluminação geral, de fundo ou ambiente – não ressalta
nenhuma superfície ou objeto específico. Tem a função de auxiliar na percepção
do ambiente como um todo.
Iluminação de efeito – é a iluminação utilizada para criar pontos de
interesse no ambiente. Pode ser utilizada para focar um determinado objeto ou
realçar uma superfície que se queira colocar em evidência.
Iluminação de tarefa – luz constante e direta que possui a função de auxiliar
no desenvolvimento de determinadas tarefas como cozinhar, estudar, ler,
costurar.
Iluminação decorativa - cria efeitos decorativos sem, no entanto, ser utilizada
como fonte de luz no ambiente.
Projetos de iluminação
A luz pode ser entendida como
instrumento que vai proporcionar experiências e sensações. Tendo como perspectiva o layout determinado no projeto
de interiores os critérios para a iluminação residencial vão além do
uso/funcionalidade do ambiente, mas alcança o mobiliário que comumente
encontramos nos ambientes residenciais.
Na realização de iluminação dos
ambientes devem ser observados objetivos como: atividades e tarefas que serão
desenvolvidas no ambiente, idade das pessoas que utilizaram o ambiente,
intensidade da luz natural do ambiente, elementos a serem destacados, atmosfera
desejada, cores e materiais utilizados nos revestimentos internos do espaço,
posicionamento dos interruptores e tomadas para maior funcionalidade do espaço
e conforto de seus usuários, e, design das luminárias (CIANCIARDI, 2010,
p.36-7).
Iluminação sala de estar
Em salas de estar, a iluminação
geral pode ser configurada com a utilização de iluminação direta por meio de
plafons, lustres, pendentes ou uma iluminação geral indireta com o uso de
sancas ou ainda com o uso de iluminação pontual de destaque.
O uso de pontos de destaque
fazendo o papel de iluminação geral contribui para a criação de cenas à medida,
em que, é iluminado apenas o que realmente é interessante na decoração do
espaço.
Quanto ao uso de luminárias de
luz rebatida ou em sancas em gesso também são interessantes por evitar o
ofuscamento dos usuários.
Um recurso muito utilizado nos
projetos atuais é a marcação da circulação da sala com um rasgo no gesso ou,
para separar dois ambientes contíguos conferindo um efeito decorativo.
Ainda sobre iluminação de salas
de estar, tendo em vista as características de uso deste ambiente, recomenda-se
o uso de lâmpadas com temperatura de cor quente, abaixo de 4000k para conferir
ao espaço a sensação de aconchego e conforto.
A dimerização do sistema traz qualidade
ao projeto tendo em vista que o sistema de iluminação geral passa a contribuir
para a configuração de cenas e adequação do ambiente aos seus diversos usos.
Assim, pode-se criar um ambiente mais aconchegante ou mais convidativo através
do controle da intensidade da luz geral combinado ao acionamento de iluminação
de destaque.
Iluminação de destaque
Já com a iluminação de
destaque, como regra geral deve-se privilegiar o uso de lâmpadas com alto
índice de reprodução de cor para traduzir com perfeição as cores dos objetos
destacados.
Apesar de depender de cálculo
para definir adequadamente um projeto é muito comum que em ambientes com altura
de forro de aproximadamente 280 cm a iluminação de destaque para objetos sobre
aparadores e mesas de centro seja feita com o uso de lâmpadas halospot 70, que
possuem fachos de luz bem definidos permitindo destaque com contraste adequado.
Já em ambientes com pé-direito duplo o destaque para tais objetos normalmente
fica por conta da aplicação de lâmpadas halospot 111.
No que diz respeito à
iluminação de destaque são inúmeras as soluções encontradas em projetos atuais.
Pode-se embutir dicróicas de 35 W em nichos decorativos, pode-se causar wall washer
em uma parede com revestimento especial ou em um painel de cortina.
Além da iluminação de destaque
sobre objetos é importante salientar que são inúmeros os efeitos decorativos
que podem ser obtidos pela aplicação de peças encontradas no mercado como arandelas
com lâmpadas bipinos, lâmpadas de led, etc. Neste sentido a criatividade é a
mais importante característica que o projetista precisa ter.
Iluminação sala de jantar
Nas salas de jantar é comum que
a iluminação geral seja alcançada pelo tradicional pendente ou lustre sobre a
mesa de jantar. Porém, da mesma maneira que as salas de estar pode-se configurar
a iluminação geral iluminando vários pontos com luz de destaque ou fazendo wall
washer (banho de luz).
A lâmpada utilizada no pendente
sobre a mesa deve ter índice de reprodução de cor próximo de 100 para garantir
a qualidade de visualização dos alimentos servidos à mesa. Também é importante
a escolha de lâmpadas com baixa emissão de calor tendo em vista o conforto
térmico dos que estão à mesa.
A temperatura de cor das
lâmpadas deve estar na faixa de 2700 a 3000k para conferir ao ambiente um clima
aconchegante e confortável.
Iluminação quartos
Como na sala, o recomendado nos
quartos é a utilização de luminárias de luz indireta ou sancas no forro em
gesso para que se evite o ofuscamento de quem está deitado na cama. É
aconselhável que o sistema de iluminação geral seja dimerizável para tornar o ambiente
mais aconchegante.
Assim, para propiciar um melhor
descanso e a sensação de aconchego, recomenda-se utilizar lâmpadas com
temperatura de cor entre 2700 e 3000k.
Para um bom relaxamento, com
conforto, devemos utilizar temperaturas de cor mais baixas, luz mais amarelada.
Orienta-se utilizar a iluminação de destaque ou de tarefa (leitura de cabeceira
ou de bancada) como iluminação geral.
Outro aspecto importante a ser
considerado é o controle da luz nos quartos. Além da dimerização, aspecto já citado
acima, sugere-se que ao lado de cada cabeceira os usuários tenham a
possibilidade de acionar de forma paralela a iluminação de um dos pontos do
ambiente.
Iluminação banheiros
A iluminação geral de banheiros
deve ser farta e centralizada. Normalmente é suficiente o uso de embutidos com
lâmpadas fluorescentes sempre com difusor em vidro ou acrílico. O grande desafio no que diz respeito a
projetos de iluminação de banheiros e lavabos é a iluminação para uso do
espelho. Por ser grande o índice de reflexão, a probabilidade de que seja
provocado ofuscamento é muito grande. Assim, é necessário escolher lâmpadas e
luminárias com luz difusa.
Além do ofuscamento, deve-se
evitar o sombreamento no rosto dos usuários. Por isso, sugere-se que a
iluminação seja posicionada de forma lateral. A preferência deve ser dada as
lâmpadas fluorescentes priorizando o conforto térmico de quem utiliza o
espelho.
Uma solução bastante encontrada
em projetos e que traz uma iluminação suave e sem problemas com ofuscamento ou
sombreamento é a aplicação de iluminação embutida atrás do espelho.
Iluminação cozinha
O projeto luminotécnico de
cozinhas deve apresentar um sistema mesclado entre iluminação geral, entendida
sob o ponto de vista tradicional, e iluminação pontual que proporcione uma
ambientação mais descontraída e aconchegante, sem prejudicar a iluminação de
tarefa sobre bancadas que será analisada em momento oportuno. A cozinha deve
ter iluminação suficiente e com temperatura de cor adequada que propicie um bom
ambiente para preparos.
No caso da iluminação geral dar
preferência às lâmpadas do tipo fluorescente que são as mais indicadas e devem
ser instaladas em luminárias fechadas com vidro ou acrílico difusor para
facilitar a limpeza e impedir que a gordura se prenda à superfície da lâmpada
ou do sistema refletor da luminária. As luminárias são assim apresentadas, em sua
finalidade: “Fixar e proteger as lâmpadas e promover a adequada distribuição da
luz emitida, proporcionando um máximo de aproveitamento, no plano de trabalho e
do fluxo luminoso produzido pela lâmpada” (PIAZZA, 2005a, p.31).
No caso de embutidos que ficam
sobre bancadas de trabalho deve-se ter cuidado com a lâmpada escolhida,
recomenda-se a lâmpada halopar para iluminar bancadas de trabalho por sua
construção ser feita com vidro resistente.
Um bom projeto de iluminação de
interiores residencial deve considerar a influência da iluminação sobre a vida
dos moradores. Assim características como índice de reprodução de cor,
temperatura de cor, segurança, entre outras, devem nortear o desenvolvimento do
projeto. Estas variáveis devem ser consideradas e somadas aos cálculos e
números adequados.
Existe uma coerência
relacionada com o que se deseja iluminar, como iluminar e com o que iluminar e
por fim, qual o efeito que se espera provocar.
Referências bibliográficas
CIANCIARDI, Glaucus. Design de interiores I. IPOG: Pós-Graduação Lato Sensu em Iluminação e Design de Interiores, 2010.
PIAZZA, Cristina Maria da Silveira. Origens. IPOG: Pós-Graduação Lato Sensu em Iluminação e Design de Interiores, jan. 2005a. Material de Aula.
SOARES, Fabiane Rocha Bello. Estudo para elaboração de guia de iluminação de interiores residencial destinado a profissionais especificadores. Revista On-Line IPOG Especialize. Julho 2013.
VENSON, Rafael Augusto. A percepção de arquitetos e engenheiros acerca da elaboração de projetos específicos de iluminação para idosos. Revista On-Line IPOG Especialize. Maio 2012.
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